Para quem gosta de eleições, 2009 vai ser um ano em cheio. Não vamos ter um, nem dois, mas sim três actos eleitorais ao longo do ano, embora nesta altura ainda paire no ar a possibilidade de se aglutinar as eleições legislativas e autárquicas para uma mesma data.
Seja a duplicar ou a triplicar, temos garantido um fartote de propaganda e promessa vãs, porque dêem as voltas que derem, sejam as eleições para o que forem, a ladainha dos nossos políticos é sempre a mesma.
Bastou estar atento aos noticiários deste fim de semana para se perceber que já vivemos em clima de eleições. Dum lado tivemos os líderes da oposição a criticar forte e feio o (des)governo e a anunciar que, sendo eleitos, vão fazer isto e mais aquilo e aqueloutro, ou seja, todos os clichés de quem está na oposição.
Do outro lado, tivemos o pomposo líder do (des)governo a criticar a falta de coerência e de vergonha da oposição, uma vez que só sabe criticar e são eles os grandes responsáveis pelo actual estado do nosso país, aproveitando para lançar já umas quantas pérolas, vulgo promessas, para o caso de serem reeleitos, de preferência com maioria absoluta. O costume.
Pessoalmente, já há muito que deixar de acreditar nesta classe política que temos por cá. Quem está na oposição só sabe fazer crítica destrutiva ao (des)governo, culpando-o e acusando-o de tudo e mais alguma coisa, aproveitando para ir deixando no ar umas ideias geniais que, caso fossem eles a mandar, iam retirar-nos do marasmo em que estamos atascados.
Quanto ao (des)governo, facilmente se percebe que faz precisamente o inverso, que é como quem diz culpa os seus antecessores pela estado lastimável e deplorável em que deixaram o país, motivo pelo qual não podem implementar as tão propagandeadas medidas milagrosas que iam fazer de nós uma nação de topo, ou então limitam-se a devolver as acusações e críticas com que são presenteados.
Ciclicamente os papéis invertem-se, com entrada em cena de novos protagonistas, mas nada disso altera o guião. Já era tempo desta corja ganhar vergonha na cara, mas eu sei que isso é pedir demais e que, se calhar, mais depressa ganho o euro milhões do que vejo aparecer em Portugal uma classe política credível.
Infelizmente tal não vai acontecer tão cedo, e se ainda existissem dúvidas acerca disso (como se tal fosse possível), aquilo que ouvi ontem do mais que provável líder do próximo (des)governo, que por acaso é o actual, deixou bem claro aquilo que nos espera. Lá veio a conversa da treta da descida dos impostos, do referendo acerca da regionalização ou do direito ao casamento entre homossexuais.
Baixar impostos é daquelas coisas que já perdi conta ao número de vezes que ouvi. Mesmo que baixem, eles facilmente vão arranjar maneira de nos sacar o dinheiro doutra maneira. Regionalização? Referendo? Se querem avançar com isso, uma vez que pedem maioria absoluta, deixem-se de tangas e assumam essa responsabilidade através de iniciativa parlamentar e não nos façam perder tempo.
Por fim, a abertura ao casamento civil entre homossexuais, algo que o Primeiro Minsitro de Portugal, suposto engenheiro com nome de filósofo, classifica como sendo, e passo a citar, uma vitória de toda a sociedade portuguesa. Porra, não me lixem. Chamem-me homofóbico, chamem-me os nomes que quiserem, mas se isto é o conceito de medida de fundo para um país em crise, vou ali e já venho.
Andaram um ano inteiro a atirar-nos areia para os olhos a dizer que não estávamos em crise e a apresentar estimativas irreais das taxas de crescimento económico. De repente, do nada, descobrem que afinal estamos mesmo em crise, por culpa da conjuntura mundial, e que ela é tão grande, mas tão grande, que obriga a fazer orçamentos suplementares logo em Janeiro, e uma das grandes medidas é possibilitar o casamento gay? Nas mãos desta gente vamos mesmo direitinhos ao fundo do poço.
Há 1 dia
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